quarta-feira, 8 de junho de 2011

TERAPIA COGNITIVA-COMPORAMENTAL E O COMPORTAMENTO SOCIAL

ABREU, A.; BATISTA, R.; BATTISTI, C.; FRANÇA, I.; PACHECO, A.; RODRIGUES, R.


1 INTRODUÇÃO

O trabalho tem por objetivo o foco na descrição da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e como essa abordagem trabalha, por meio da explicação de suas principais técnicas. Busca, ainda, tratar do comportamento social, seus aspectos influentes e como este é abordado pela TCC.


2 CONCEITOS

2.1 Terapia Cognitivo Comportamental

A Terapia Cognitivo Comportamental busca a mudança no pensamento e no sistema de crenças do cliente, pois as emoções e sentimentos disfuncionais são causados, não por situações determinadas, mas sim pela forma com que as pessoas vivenciam e enxergam tais situações. (BECK, 1997, apud SOUZA e CÂNDIDO, 2010)
Range (2001), citado por SOUZA e CÂNDIDO (2010), menciona que é por meio desta terapia que, terapeuta e cliente trabalham juntos, tanto para identificar quanto para testar os pensamentos automáticos, que estariam prejudicando o cliente a realizar suas metas. As autoras ainda nos trazem a colaboração de Beck (1997), onde ele postula que além dos pensamentos automáticos, na terapia ainda são trabalhadas as crenças subjacentes ou intermediárias e as crenças nucleares ou centrais.
Tais crenças são descritas por TENENBAUM (2010), a saber: a) pensamentos automáticos: relacionadas a situações ou lembranças, constituídos por emoções, sensações e comportamentos específicos; b) crenças intermediárias: forma mais profunda de ver o mundo que regulam a forma como vemos o mundo; c) crenças centrais: surgidas de situações traumáticas ou freqüentes, se apresentam em um esquema complexo, rígido e cristalizado.
Os pensamentos automáticos são de especial importância nas TCCs. É através deles que terapeuta e paciente acessam os resultados (produtos) dos processos interpretativos conduzidos pelos esquemas. Muito do que acontece em TCC depende do acesso a esse material que, contudo, não é tão simples de se alcançar. O fluxo de processos automáticos no sistema cognitivo é rápido e em paralelo. Quando a atenção consciente se dirige aos pensamentos automáticos, a partir da instrução de observar o que passa na própria cabeça enquanto se vive uma experiência emocional, o que encontramos é um fluxo de idéias que assumem a forma de fala telegráfica, e não de um discurso verbal linear e bem estruturado. (BASTOS; PORTELLA, 2010)


2.2 O Comportamento Social

O ser humano é um ser social e estudar seu comportamento não é algo fácil devido sua complexidade e até mesmo decidir como estudá-lo se torna difícil. Mas há uma maneira de organizar esse domínio tão grande, subdividi-lo em cognição social, os processos mentais envolvidos e interação social, situação que envolve diretamente duas pessoas. Possuindo, a interação social, um aspecto importante que diz respeito a como o comportamento das pessoas são influenciados pelos das outras pessoas, a influência social. (GLASSMAN; HADAD, 2008)
Caballo (2006) nos traz, ainda, a idéia de habilidade social como sendo um conjunto de comportamentos emitidos por uma pessoa em um contexto interpessoal que expressa sentimentos, desejos ou direitos desse indivíduo de um modo adequado a situação. (VERAS, 2009)
Glassman e Hadad (2008), postulam que tal complexidade é derivada de questões pessoais juntamente com influencia do meio onde ocorre o comportamento e com as causas desse comportamento, definidas como proximais, as causas que influenciam diretamente o comportamento e distais, que influenciam o comportamento indiretamente.

2.3 O trabalho da Terapia Cognitiva Comportamental

Bastos e Portella (2010) trazem que as TCCs utilizam técnicas cognitivas, comportamentais, experienciais e de relação terapêutica que visam identificar e intervir sobre o processamento esquemático distorcido e sobre as estratégias de adaptação construídas pelo indivíduo. Além disso, as TCCs abordam cada caso a partir de um estudo cuidadoso e idiossincrático dos fatores de desenvolvimento e de manutenção dos problemas apresentados à terapia, ao qual chamamos formulação ou conceituação de caso. A partir da formulação, desenvolve-se o plano de terapia, um conjunto de estratégias especialmente moldado para cada paciente específico. Assim, a TCC se apresenta como um modelo de tratamento bastante individualizado e profundo, bastante distanciado de qualquer receita simples ou panaceia padronizada para todos os casos.
A cognição influencia o comportamento, ou seja, os pensamentos que resultam das interpretações que fazemos ao longo da relação com o mundo (interno ou externo) são importantes para entender o modo como nos emocionamos nesta transação. As emoções estão fortemente vinculadas ao nosso modo de pensar. O medo e a ansiedade estão relacionados a avaliações (interpretações) de ameaça a objetivos pessoais importantes. Já a raiva está associada a avaliações de dano intencional ou negligente. A tristeza se relaciona com avaliações de perda de metas importantes. Muita pesquisa tem sido feita sobre como a cognição influencia as emoções (CLORE & ORTONY, 2008) e a hipótese de que o modo como pensamos se entrelaça à nossa experiência emocional também nela exercendo influência em diferentes direções é algo plenamente aceito na comunidade científica. Para os terapeutas cognitivo-comportamentais é absolutamente importante investigar e compreender como seus pacientes interpretam as situações da vida cotidiana. Para isso, desenvolvem métodos que têm como objetivo ajudar esses pacientes a entrar em contato com os pensamentos e imagens que acompanham as experiências emocionais associadas aos problemas que querem tratar. (BASTOS; PORTELLA, 2010)
Segundo os autores o desenvolvimento de técnicas para monitorar o processo de pensamento traz implícito um segundo princípio adotado pelas terapias cognitivo-comportamentais: o conteúdo de nosso pensamento pode se tornar conhecido à medida que nossa atenção esteja focada nesse processo, no momento em que a experiência emocional é vivida. Aqui está evidente a influência fenomenológica nas TCCs, pois se considera que o material que se torna acessível à consciência fornece informações relevantes e essenciais ao entendimento do nosso funcionamento. Esse é um dos tópicos de divergência com abordagens consideradas profundas, que entendem as causas verdadeiras de nosso funcionamento residindo em camadas profundas da personalidade, não acessíveis à consciência e, consequentemente, não tratadas pelas TCCs.
O modelo de processamento de informação tem permitido o desenvolvimento teórico-prático que resulta em intervenções validadas experimentalmente e isso representa um dos principais méritos das TCCs: constituir-se como um modelo baseado em evidências (DOBSON & DOBSON, 2009, apud BASTOS; PORTELLA, 2010).
Um terceiro princípio importante das TCCs decorre naturalmente do que foi visto acima. Podemos modificar nosso comportamento e lidar de modo mais efetivo com as nossas emoções se conseguimos entender a forma como nossas crenças moldam as interpretações que regulam o fluxo de interações com o mundo.
As TCCs constituem modelos psicoterápicos que se apoiam em métodos de avaliação e intervenção baseados nos princípios acima. A teoria cognitiva implícita nestes modelos se inspira fortemente nas contribuições de Beck e seus seguidores (BECK et al, 1979; BECK, J. S., 1995; BECK, FREEMAN & DAVIS, 2004; DOZOIS, FREWEN & COVIN, 2006). De acordo com essa teoria, os processos de personalidade são formados e operam a serviço da adaptação. Os padrões de personalidade derivam de estratégias selecionadas em nossa herança filogenética, pois facilitaram a sobrevivência e a reprodução em nosso ambiente de adaptação (que não foi, certamente, semelhante ao de nossas cidades e sociedades como as conhecemos hoje). As síndromes sintomáticas (transtornos de ansiedade e depressão, por exemplo) e os transtornos da personalidade (narcisista, obsessivo, dependente etc.) representam manifestações disfuncionais e extremas destas estratégias. (BASTOS; PORTELLA, 2010)
O processamento de informação antecede a operação dessas estratégias, ou seja, para que uma estratégia seja deflagrada, é necessário a transação com o meio seja avaliada (interpretada) de modo a colocar em jogo metas importantes do indivíduo (sobrevivência, status, recursos sociais, vínculos afetivos importantes, autoestima, parceiros sexuais). O modo como uma situação é avaliada depende, em parte, de crenças subjacentes relevantes. Os conteúdos de nossa experiência consciente são os produtos deste processo interpretativo e são referidos como pensamentos automáticos, ou seja, os pensamentos e imagens que acessamos quando tomamos consciência do que se passa em nossa mente.



3 CONCLUSÃO

Percebe-se a relevância da abordagem Cognitiva Comportamental para um reajustamento comportamental, onde este tão importante para o desenvolvimento de habilidades sociais necessárias para um bom relacionamento interpessoal.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BASTOS, M. C.; PORTELLA, M. A verdade sobre a Terapia cognitivo comportamental. Revista Psique, ano V, n. 59, pp. 30-4. São Paulo: Escala, 2010.

GLASSMAN, W. E.; HADAD, M. Psicologia: Abordagens atuais. ed. 4, Porto Alegre: Artmed, 2008.

SOUZA, Isabel C. W. de; CÂNDIDO, Carolina F. G. Diagnóstico psicológico e terapia cognitiva: considerações atuais. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, v.5, n.2, pp. 82-93, 2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbtc/v5n2/v5n2a09.pdf. Acesso em: 18 mai. 2011

TENENBAUM, P. O que é terapia cognitivo comportamental. 2010. Disponível em:
http://www.comportamentoinfantil.com/espacopsi/tcc.htm. Acesso em: 20 mai. 2011

VERAS, C. Técnicas de Treinamento em Habilidades Sociais no Tratamento da Ansiedade Social. Disponível em:
http://www.webartigos.com/articles/15594 /1/Psicoterapia-Cognitivo-Comportamental/pagina1.html#ixzz1MLegtGSa. Acesso em: 20 mai. 2011

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