quarta-feira, 21 de março de 2012


PSICOLGOGIA E ENFERMAGEM: HUMANIZAÇÃO



FRANÇA, Italys de S.; PACHECO, Aline K. B.; BATTISTI, Carissa F.; RODRIGUES, Renata R.; BATISTA, Railene.

1 INTRODUÇÃO


            No presente está disposto a descrição de uma proposta de trabalho no curso de Enfermagem da UNIGRAN, com a apresentação de conceituações e resultado de observação feita por meio de conversa com responsáveis e acadêmicos do curso.
            Por meio de colher a demanda do curso foi possível analisar e propor um trabalho conjunto entre os acadêmicos de Psicologia e Enfermagem a fim de que a promoção de saúde fosse posta como atividade primordial de
atuação.



2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


2.1 Promoção de saúde

            A ideia de trabalhar promoção de saúde no Brasil surgiu por volta da década de 1980 e que tais ideias foram melhores debatidas na oitava Conferência Nacional da Saúde em 1986, cujos objetivos seriam os mesmos expostos na primeira Conferência Internacional sobre Promoção Saúde, em Ottawa, Canadá também no ano de 1986. O autor define promoção de saúde como “(…) an integrated and multidisciplinary agenda that ultimately aims to foster changes at three levels: healthcare delivery, local management of public policies, and social protection and social development for all.” (CARVALHO, 2008)
            A Carta de Ottawa expõe que a saúde não pode ser assegurada apenas pelo Setor de Saúde, mas também por todos os outros setores intervenientes: governos, setor de saúde, social, econômico, empresas, ONGs. Com o objetivo de diminuir as desigualdades de níveis de saúde da população e assegurar igualdade de recursos de saúde para todos.

2.2 Interdisciplinaridade

         Do ponto de vista epistemológico, consiste no método de pesquisa e de ensino voltado para a interação em uma disciplina, de duas ou mais disciplinas, num processo que pode ir da simples comunicação de idéias até a integração recíproca de finalidades, objetivos, conceitos, conteúdos, terminologia, metodologia, procedimentos, dados e formas de organiza-los e sistematiza-los no processo de elaboração do conhecimento. (GONÇALVES apud BORDONI)

            Fazenda (1993) menciona a interdisciplinaridade como uma relação recíproca, mutua, possibilita um diálogo entre os interessados e que a visão fragmentada é substituída por uma visão unitária e global do ser humano. (BORDONI)


3 CARATERIZAÇÃO


3.1 Identificação da Instituição

            Proposta de trabalho no quinto semestre do Curso de Enfermagem noturno do Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN. Localizado à Rua Balbina de Matos, 2121. Jd. Universitário, Dourados/MS.

3.2 Caracterização da Instituição

            No site da Instituição encontramos que a UNIGRAN, surgida na década de 70, em decorrência da crescente demanda na cidade de Dourados por parte dos poucos acadêmicos que possuíam condição de mudarem de Estado para estudar. No decorrer do tempo passou de SOCIGRAN para UNIGRAN e passou a desenvolver atividades dentro da Instituição que estreitaram os laços com a comunidade, a saber: OLIGRAN, Semanas acadêmicas, Cursos de oratória, Juris simulados, entre outras diversas, sem mencionar os vários núcleos de Psicologia, Direito etc. direcionados ao atendimento ao público e consequentemente aperfeiçoamento dos acadêmicos.  A Instituição encontra-se distante do centro da cidade, porém essa características isso trouxe a habitação para a parte da cidade antes menos desabitada do que os dias atuais.
            Com base em tal fonte de dados, lista-se os objetivos da Instituição: a) promover educação integral; b) ensino de graduação e pós graduação; c) estimular diferentes formas de pesquisas; d) promover, compreender e preservar as diferentes formas de manifestação cultural; e) prestar serviços específicos à comunidade; f) promover e manter pesquisas de extensão; g) preservar valores morais, ético, cívicos e cristãos e  h) ser uma instituição aberta a toda a sociedade, desenvolvendo todas as faculdades físicas, intelectuais e mentais do homem.
            A Instituição possui ainda academia de musculação, agencia de publicidade, ateliê de arquitetura, ateliê de educação artística e maquetaria, auditório I, II, III e IV, biblioteca, laboratório de enfermagem, e muitos outros a disposição do acadêmico.


3.3 Caracterização da População

            A proposta de trabalho se dirige aos acadêmicos do curso de Enfermagem do quinto semestre noturno. A sala é composta por estudantes, que em sua maioria, atinge uma faixa etária média de 25 anos de idade e que, parte destes, já trabalham na área da saúde como técnicos de enfermagem.



4 OBJETIVO


            Com os objetivos de realizar uma atividade prática em Psicologia da Saúde II e de promoção de saúde, baseado na importância de tal atividade, seja qual for a população que está sendo trabalhada.



5 JUSTIFICATIVA


            Apesar de o trabalho de promoção de saúde não dever somente partir da área da saúde, como preza a Carta de Ottawa e a oitava Conferencia Nacional da Saúde, decidimos por trabalhar com o curso de enfermagem embasado na questão da interdisciplinaridade possível entre Psicologia e Enfermagem no que diz respeito a cuidados de saúde, sejam eles primários, secundários, terciários ou quaternários. O profissional da saúde deve possuir uma boa preparação para atender bem o paciente e sua patologia sem deixar de lado, também, a questão de que é uma pessoa e que deve ser tratado como um ser biopsicossocial.



6 CONSIDERAÇÕES FINAIS


            Após todo o período de conhecimento da turma de enfermagem, desde coordenação, professores e alunos, colhemos várias necessidades dos acadêmicos e profissionais que ali se encontram, desde ansiedade perante a chegada dos estágios do curso, cansaço dos acadêmicos e professores decorrente de um dia de trabalho até a demanda específica de falta de visão holística do paciente, em sua totalidade como um ser que além da doença, apresenta-se como biológico, psíquico e social. Pudemos chegar, com isso, a uma conclusão que um trabalho conjunto entre Psicologia e Enfermagem se realizaria no âmbito desta falta percebida. A visão da pessoa como um ser global.
            Entende-se então que o trabalho deve-se caracterizar por trabalhar com os estudantes os aspectos e importância de um trato mais pessoal do individuo que recebe seus cuidados seja onde for. Tal importância ressaltada por uma citação de Platão a mais de dois mil anos atrás, mencionada por Nunes, “a cura de inúmeras doenças é desconhecida dos médicos de Hellas, pois eles ignoram o conjunto...E isto porque uma parte jamais poderá estar bem a menos que o todo esteja bem... Este é o grande erro dos nossos dias no tratamento do corpo humano.”


           
            O projeto de intervenção em Psicologia da Saúde, cujo período foi de Abril a Junho de 2011, teve seu objetivo alcançado, este que era a promoção de saúde nos acadêmicos do quinto semestre noturno do curso de enfermagem. O trabalho teve por meta principal o trabalho da promoção de saúde por meio da própria humanização dos acadêmicos, para que assim, houvesse uma sensibilização a respeito deste tema.
            As propostas iniciais foram cumpridas, onde foram realizados seis encontros semanais, aos sábados. Apenas uma das propostas não foi desenvolvida, a visita ao hospital, pois foi verificada uma demanda diferente daquela observada no início do projeto. O grupo se apresentou como maduro e sempre disposto a participar das atividades propostas e o resultado final foi satisfatório, pois os acadêmicos sentiram-se acolhidos, fato comprovado pela liberdade sentida pelo grupo de os acadêmicos falarem sobre si e suas angústias para um grupo, como mesmo citaram, estranho.
            Várias vezes mencionado por alguns integrantes do grupo de acadêmicos que os verdadeiros necessitados de participação em um projeto de humanização não estavam ali e considerando o baixo número de participantes (7% de um total médio de 120 alunos), a uma maior divulgação e estudo do tema humanização do atendimento em saúde fica como proposta de trabalho para a instituição de ensino em questão.
            Souza (2008) menciona que os psicólogos que atuam com a Psicologia da Saúde podem desenvolver suas atividades de várias formas como grupos para modificação de comportamento de risco, atuação multidisciplinar, entre outros e podendo atuar em vários locais como centro de saúde-escola, comunidade e faculdades e, ainda segundo a autora, a Psicologia da Saúde surgiu da necessidade de promover a saúde. Nesse sentido o projeto desenvolvido segue em paralelo com os objetivos dessa área da Psicologia, pois ao trabalhar trouxe consigo uma forma de ensino de promoção de saúde, aos profissionais de saúde, por meio de sensibiliza-los ensinando na prática o que significa o termo, ou seja, sensibilizando-os.
Entendendo que cada um no grupo, apesar da identidade grupal ser formada, possui uma opinião diferente e experiências diferentes, segue abaixo uma contribuição individual dos participantes do grupo:
Italys França: Inicialmente surgiu a ideia de que cada integrante do grupo tivesse maior voz ativa nos encontros, sendo alternados. Nesse passo eu comecei com a condução dos trabalhos o que, de algum modo, foi um tanto quando desafiador, pois não sabia como o grupo reagiria, ainda era nosso primeiro encontro. Apesar de toda a ansiedade do início gostei de meu desempenho e dos integrantes do grupo, ainda que uns com mais ou menos dificuldade que outros conseguiram desenvolver seus trabalhos. Percebi uma necessidade de maior prática e experiência no que diz respeito a compreensão do fator “silêncio”. Também pude notar que o aprendizado daquilo que eu estava ali para passar foi apreendido não somente pelo grupo de acadêmicos, mas também por mim e meu grupo.
Renata Rodrigues: No decorrer das atividades, não senti dificuldades em participar das dinâmicas, exceto nos dois primeiros encontros, em ficar quieta (sem opinar, no auxilio) para não atrapalhar o colega que estava comandando, lembrando que a cada encontro um membro do grupo era responsável em coordenar, no entanto, após a aplicação, todos contribuíam, aí então era o momento adequado para falar; quando foi o dia em que coordenei, fiquei um pouco ansiosa, porém, no decorrer passou e tudo saiu como o planejado (aplicação da dinâmica). Em relação ao grupo, em minha opinião, difíceis eram as datas dos encontros para realizar os planejamentos, devido ao tempo que não coincidia, contudo sempre conversávamos nos intervalos a respeito das ideias de cada um e, assim, montávamos e ao passar pela supervisão, com o grupo reunido, tiravam-se as duvidas com a professora, concluindo então o que seria feito; e posteriormente decidíamos quem iria coordenar no próximo encontro.
            Os demais participantes do grupo não tiveram maiores dificuldades, bem como os dois participantes acima, com isso decidiram que a opinião grupal expressava tudo aquilo que gostariam de citar.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORDONI, T. C. Uma postura interdisciplinar. ForumEducacao, [200-]. Disponível em: <http://www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/didat_7.htm>. Acesso em: 13 abr. 2011

CARVALHO, A. I. de. Principles and practice of health promotion in Brazil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.24 n.1, pp. 4-5, 2008. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v24n1/en_00.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2011

CARTA de Ottawa: Promoção de saúde nos países industrializados. SaudePublica. Disponível em: <http://www.saudepublica.web.pt/05-promocaosaude/Dec_Ottawa.htm>. Acesso em: 12 abr. 2011

NUNES, S. O. V. Interdisciplinaridade no curso de medicina. UEL. Disponível em: <http://www.ccs.uel.br/olhomagico/N18/em_questao.htm>. Acesso em: 12 abr. 2011

SOUZA, G. G. Psicologia da Saúde. RedePsi, 2008. Disponível em: <http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=991>. Acesso em: 15 jun. 2011

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