PSICOLGOGIA E ENFERMAGEM: HUMANIZAÇÃO
FRANÇA, Italys de S.; PACHECO, Aline K. B.; BATTISTI, Carissa F.; RODRIGUES, Renata R.; BATISTA, Railene.
1 INTRODUÇÃO
No presente está disposto a
descrição de uma proposta de trabalho no curso de Enfermagem da UNIGRAN, com a
apresentação de conceituações e resultado de observação feita por meio de
conversa com responsáveis e acadêmicos do curso.
Por meio de colher a demanda do
curso foi possível analisar e propor um trabalho conjunto entre os acadêmicos
de Psicologia e Enfermagem a fim de que a promoção de saúde fosse posta como
atividade primordial de
atuação.
atuação.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Promoção de saúde
A
ideia de trabalhar promoção de saúde no Brasil surgiu por volta da década de
1980 e que tais ideias foram melhores debatidas na oitava Conferência Nacional
da Saúde em 1986, cujos objetivos seriam os mesmos expostos na primeira
Conferência Internacional sobre Promoção Saúde, em Ottawa, Canadá também no ano
de 1986. O autor define
promoção de saúde como
“(…) an integrated and multidisciplinary agenda that ultimately aims to foster
changes at three levels: healthcare delivery, local management of public
policies, and social protection and social development for all.” (CARVALHO,
2008)
A Carta de Ottawa expõe que a saúde
não pode ser assegurada apenas pelo Setor de Saúde, mas também por todos os
outros setores intervenientes: governos, setor de saúde, social, econômico,
empresas, ONGs. Com o objetivo de diminuir as desigualdades de níveis de saúde
da população e assegurar igualdade de recursos de saúde para todos.
2.2 Interdisciplinaridade
Do
ponto de vista epistemológico, consiste no método de pesquisa e de ensino
voltado para a interação em uma disciplina, de duas ou mais disciplinas, num
processo que pode ir da simples comunicação de idéias até a integração
recíproca de finalidades, objetivos, conceitos, conteúdos, terminologia,
metodologia, procedimentos, dados e formas de organiza-los e sistematiza-los no
processo de elaboração do conhecimento. (GONÇALVES apud BORDONI)
Fazenda (1993) menciona a
interdisciplinaridade como uma relação recíproca, mutua, possibilita um diálogo
entre os interessados e que a visão fragmentada é substituída por uma visão
unitária e global do ser humano. (BORDONI)
3 CARATERIZAÇÃO
3.1 Identificação da Instituição
Proposta
de trabalho no quinto semestre do Curso de Enfermagem noturno do Centro
Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN. Localizado à Rua Balbina de Matos,
2121. Jd. Universitário, Dourados/MS.
3.2 Caracterização da Instituição
No
site da Instituição encontramos que a UNIGRAN, surgida na década de 70, em
decorrência da crescente demanda na cidade de Dourados por parte dos poucos
acadêmicos que possuíam condição de mudarem de Estado para estudar. No decorrer
do tempo passou de SOCIGRAN para UNIGRAN e passou a desenvolver atividades
dentro da Instituição que estreitaram os laços com a comunidade, a saber:
OLIGRAN, Semanas acadêmicas, Cursos de oratória, Juris simulados, entre outras
diversas, sem mencionar os vários núcleos de Psicologia, Direito etc.
direcionados ao atendimento ao público e consequentemente aperfeiçoamento dos
acadêmicos. A Instituição encontra-se
distante do centro da cidade, porém essa características isso trouxe a
habitação para a parte da cidade antes menos desabitada do que os dias atuais.
Com base em tal fonte de dados,
lista-se os objetivos da Instituição: a) promover educação integral; b) ensino
de graduação e pós graduação; c) estimular diferentes formas de pesquisas; d)
promover, compreender e preservar as diferentes formas de manifestação
cultural; e) prestar serviços específicos à comunidade; f) promover e manter
pesquisas de extensão; g) preservar valores morais, ético, cívicos e cristãos
e h) ser uma instituição aberta a toda a
sociedade, desenvolvendo todas as faculdades físicas, intelectuais e mentais do
homem.
A Instituição possui ainda academia
de musculação, agencia de publicidade, ateliê de arquitetura, ateliê de
educação artística e maquetaria, auditório I, II, III e IV, biblioteca,
laboratório de enfermagem, e muitos outros a disposição do acadêmico.
3.3 Caracterização da População
A proposta de trabalho se dirige aos
acadêmicos do curso de Enfermagem do quinto semestre noturno. A sala é composta
por estudantes, que em sua maioria, atinge uma faixa etária média de 25 anos de
idade e que, parte destes, já trabalham na área da saúde como técnicos de
enfermagem.
4 OBJETIVO
Com
os objetivos de realizar uma atividade prática em Psicologia da Saúde II e de
promoção de saúde, baseado na importância de tal atividade, seja qual for a
população que está sendo trabalhada.
5 JUSTIFICATIVA
Apesar
de o trabalho de promoção de saúde não dever somente partir da área da saúde,
como preza a Carta de Ottawa e a oitava Conferencia Nacional da Saúde,
decidimos por trabalhar com o curso de enfermagem embasado na questão da
interdisciplinaridade possível entre Psicologia e Enfermagem no que diz
respeito a cuidados de saúde, sejam eles primários, secundários, terciários ou
quaternários. O profissional da saúde deve possuir uma boa preparação para
atender bem o paciente e sua patologia sem deixar de lado, também, a questão de
que é uma pessoa e que deve ser tratado como um ser biopsicossocial.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após
todo o período de conhecimento da turma de enfermagem, desde coordenação,
professores e alunos, colhemos várias necessidades dos acadêmicos e
profissionais que ali se encontram, desde ansiedade perante a chegada dos
estágios do curso, cansaço dos acadêmicos e professores decorrente de um dia de
trabalho até a demanda específica de falta de visão holística do paciente, em
sua totalidade como um ser que além da doença, apresenta-se como biológico,
psíquico e social. Pudemos chegar, com isso, a uma conclusão que um trabalho
conjunto entre Psicologia e Enfermagem se realizaria no âmbito desta falta
percebida. A visão da pessoa como um ser global.
Entende-se então que o trabalho
deve-se caracterizar por trabalhar com os estudantes os aspectos e importância
de um trato mais pessoal do individuo que recebe seus cuidados seja onde for.
Tal importância ressaltada por uma citação de Platão a mais de dois mil anos
atrás, mencionada por Nunes, “a cura de inúmeras doenças é desconhecida dos
médicos de Hellas, pois eles ignoram o conjunto...E isto porque uma parte
jamais poderá estar bem a menos que o todo esteja bem... Este é o grande erro
dos nossos dias no tratamento do corpo humano.”
O projeto de
intervenção em Psicologia da Saúde, cujo período foi de Abril a Junho de 2011, teve
seu objetivo alcançado, este que era a promoção de saúde nos acadêmicos do
quinto semestre noturno do curso de enfermagem. O trabalho teve por meta
principal o trabalho da promoção de saúde por meio da própria humanização dos
acadêmicos, para que assim, houvesse uma sensibilização a respeito deste tema.
As propostas iniciais foram
cumpridas, onde foram realizados seis encontros semanais, aos sábados. Apenas
uma das propostas não foi desenvolvida, a visita ao hospital, pois foi
verificada uma demanda diferente daquela observada no início do projeto. O
grupo se apresentou como maduro e sempre disposto a participar das atividades
propostas e o resultado final foi satisfatório, pois os acadêmicos sentiram-se
acolhidos, fato comprovado pela liberdade sentida pelo grupo de os acadêmicos
falarem sobre si e suas angústias para um grupo, como mesmo citaram, estranho.
Várias vezes mencionado por alguns
integrantes do grupo de acadêmicos que os verdadeiros necessitados de
participação em um projeto de humanização não estavam ali e considerando o
baixo número de participantes (7% de um total médio de 120 alunos), a uma maior
divulgação e estudo do tema humanização do atendimento em saúde fica como
proposta de trabalho para a instituição de ensino em questão.
Souza (2008) menciona que os
psicólogos que atuam com a Psicologia da Saúde podem desenvolver suas
atividades de várias formas como grupos para modificação de comportamento de
risco, atuação multidisciplinar, entre outros e podendo atuar em vários locais
como centro de saúde-escola, comunidade e faculdades e, ainda segundo a autora,
a Psicologia da Saúde surgiu da necessidade de promover a saúde. Nesse sentido
o projeto desenvolvido segue em paralelo com os objetivos dessa área da
Psicologia, pois ao trabalhar trouxe consigo uma forma de ensino de promoção de
saúde, aos profissionais de saúde, por meio de sensibiliza-los ensinando na
prática o que significa o termo, ou seja, sensibilizando-os.
Entendendo que
cada um no grupo, apesar da identidade grupal ser formada, possui uma opinião
diferente e experiências diferentes, segue abaixo uma contribuição individual
dos participantes do grupo:
Italys França: Inicialmente surgiu a ideia de que cada integrante do grupo
tivesse maior voz ativa nos encontros, sendo alternados. Nesse passo eu comecei
com a condução dos trabalhos o que, de algum modo, foi um tanto quando
desafiador, pois não sabia como o grupo reagiria, ainda era nosso primeiro
encontro. Apesar de toda a ansiedade do início gostei de meu desempenho e dos
integrantes do grupo, ainda que uns com mais ou menos dificuldade que outros
conseguiram desenvolver seus trabalhos. Percebi uma necessidade de maior
prática e experiência no que diz respeito a compreensão do fator “silêncio”.
Também pude notar que o aprendizado daquilo que eu estava ali para passar foi
apreendido não somente pelo grupo de acadêmicos, mas também por mim e meu
grupo.
Renata Rodrigues: No decorrer
das atividades, não senti dificuldades em participar das dinâmicas, exceto nos
dois primeiros encontros, em ficar quieta (sem opinar, no auxilio) para não
atrapalhar o colega que estava comandando, lembrando que a cada encontro um
membro do grupo era responsável em coordenar, no entanto, após a aplicação,
todos contribuíam, aí então era o momento adequado para falar; quando foi o dia
em que coordenei, fiquei um pouco ansiosa, porém, no decorrer passou e tudo
saiu como o planejado (aplicação da dinâmica). Em relação ao grupo, em minha
opinião, difíceis eram as datas dos encontros para realizar os planejamentos,
devido ao tempo que não coincidia, contudo sempre conversávamos nos intervalos
a respeito das ideias de cada um e, assim, montávamos e ao passar pela
supervisão, com o grupo reunido, tiravam-se as duvidas com a professora,
concluindo então o que seria feito; e posteriormente decidíamos quem iria
coordenar no próximo encontro.
Os demais participantes do grupo não
tiveram maiores dificuldades, bem como os dois participantes acima, com isso
decidiram que a opinião grupal expressava tudo aquilo que gostariam de citar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORDONI, T. C. Uma
postura interdisciplinar. ForumEducacao, [200-].
Disponível em: <http://www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/didat_7.htm>.
Acesso em: 13 abr. 2011
CARVALHO, A. I. de. Principles
and practice of health promotion in Brazil . Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.24 n.1, pp. 4-5, 2008. Disponível
em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v24n1/en_00.pdf>.
Acesso em: 12 abr. 2011
CARTA de Ottawa: Promoção de saúde
nos países industrializados. SaudePublica. Disponível em:
<http://www.saudepublica.web.pt/05-promocaosaude/Dec_Ottawa.htm>.
Acesso em: 12 abr. 2011
NUNES, S. O. V. Interdisciplinaridade
no curso de medicina. UEL. Disponível em: <http://www.ccs.uel.br/olhomagico/N18/em_questao.htm>.
Acesso em: 12 abr. 2011
SOUZA, G. G. Psicologia da Saúde. RedePsi, 2008. Disponível em: <http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=991>.
Acesso em: 15 jun. 2011
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